quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Os Princípios do Zen-Budismo

O Zen-Budismo é uma das mais famosas variações do Budismo atualmente. “Zen” ou “Zen-Budismo” é a palavra japonesa para a tradição chinesa Ch’an e associada em suas origens ao Budismo do ramo Mahayana ("Grande Veículo”), síntese doutrinária dos ensinamentos do Buddha Śākyamuni ou Gautama Buddha, o chamado por nós Buda (O iluminado). Buda viveu e desenvolveu seus ensinamentos no nordeste do subcontinente indiano, entre os séculos IV e VI a. C.. Apesar de ter suas origens na china, o Zen-budismo teve a maior parte desua influência do Japão feudal até os dias de hoje. O Zen-Budismo é a segunda “religião” mais forte no Japão, ficando atrás apenas do Xintoísmo, outro estilo de vida muito interessante. Muitos japoneses se consideram tanto xintoístas como zen-budistas, explicando por que, somadas as estatísticas dessas duas filosofias, se obtém uma soma de 194 milhões de membros (dados de 1996), enquanto a população aproximada do Japão é de cerca de 127 milhões de pessoas.

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O Zen-Budismo é em parte, polêmico, pois alguns historiadores e sociólogos não o consideram uma religião, e sim uma filosofia, por não ter o culto a um deus criador de tudo e detentor de todo o conhecimento e sabedoria. Por outro lado, a adoração ao Buda, um ser que, segundo a história desta doutrina, foi um homem igual a todos nós, com exceção do fato de que foi um grande pensador, com um espírito tão puro e que seguia tão à risca os ensinamentos budistas (o nome surgiria depois) que chegaram a “endeusá-lo”, dá a este “estilo de vida” uma característica de religião.

A prática do Zen, assim chamada pelos seu praticantes e admiradores (como o que vos escreve, grande admirador dessa doutrina incrivelmente ampla e complexa, mas ao mesmo tempo simples e modesta), tem, em muitas das vezes, sua iniciação por meio de outras artes, como o Arco e Flecha, a Cerimônia do chá, a Arte do Arranjo Floral, entre outras, assim como explica Eugen Herrigel em seu livro “A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen”. O livro conta suas experiências no Japão e como a prática do arco e flecha o aproximou da doutrina Zen.

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O Zen-Budismo foi a doutrina mais influente no Japão feudal, a mais presente na vida dos samurais e shinobis da época, além de ter tido grande influência na China, na Coréia e no Vietnã. Ele se baseia nos princípios da iluminação interior e da purificação do espírito, ideais originalmente desenvolvidos pelo pensador chinês Confúcio. O Zen-Budismo tem também em sua escência a idéia de que, já que todos os seres concientes têm uma natureza “búdica”(Termo um tanto incomum), para atingir a iluminação é apenas necessário descobrir este Buda interior. Porém enganam-se as pessoas que acreditam que tal "descobrimento" da natureza búdica interior pode ser atingido sem trabalho. A prática Zen real é muito disciplinada e muitos anos de estudo devem necessariamente preceder a liberação "súbita" na verdade. O Zen-Budismo abrange todas estas ideias acrescentadas ao amor taoísta pela naturesa e o misticismo indiano. O Zen-Budismo, assim como a maioria das doutrinas budistas, visa o Satori (a iluminação) atravé de exercícios de meditação chamados Dhyana.

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O Sermão da Flor:

As origens do Zen-Budismo são apontadas para o Sermão da Flor, cuja fonte mais antiga vem do século XIV. Gautama Buddha juntou seus discípulos para um discurso do Dharma. Quando eles juntaram-se, Buda permaneceu completamente silencioso e alguns acharam que ele estava cansado ou doente. Silenciosamente, ele levantou uma flor e vários discípulos tentaram interpretar o que isso significava, embora nenhum deles corretamente. Um dos discípulos, Mahakashyapa, (em sânscrito Mahākāśyapa), também silenciosamente, olhou para a flor e obteve um entendimento especial além das palavras, ou prajna (sâncrito prajñā, "sabedoria”) diretamente da mente de Buda. Mahakashyapa, de alguma forma, compreendeu o verdadeiro sentido inexprimível da flor e então Buda sorriu para ele, reconhecendo seu entendimento e dizendo:

“Eu possuo o verdadeiro olho do Dharma, a mente maravilhosa do Nirvana, a forma verdadeira do informe, o portal sutil do Dharma que não depende de palavras ou escritos, mas é uma transmissão especial fora das escrituras. Isto eu passo a Mahakashyapa.”

Mahakashyapa é, por este dom raro de compreensão, considerado o primeiro patriarca pelo Zen chinês.


Imagens - 1ª: Estátua do Buda indiana
2ª: Estátua do Buda chinesa
3ª: Arqueiro zen japonês
4º: Mulher meditando


Ps: Estou começando falando sobre as filosofias e religiões mais exóticas e orientais, mais logo vou começar a falar e doutrinas ocidentais

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