quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Artes de Defesa/Marciais: Krav Magá

Este Post será o primeiro de muitos mais, sobre a etimologia de artes (marciais e de defesa pessoal). Hoje, na primeira parte, a arte que visa apenas e somente a defesa pessoal: o Krav Magá.

O Krav Magá (hebraico para “combate de contato (próximo)”) é uma luta que foi criada em Israel por Imi Lichtenfeld (S’de Or, ou campo luminoso em português).

Sobre o Criador:

clip_image002Imi nasceu em 1910, em Budapeste, capital do império Austro-Húngaro. Sua criação foi baseada na justiça, a medicina e o esporte. Seu pai, oficial de uma polícia secreta, foi condecorado por ter várias prisões nessa polícia, além de ser um grande instrutor e praticante de artes marciais.

Em 1920, com apoio de sua família, ele começou a treinar diversas artes marciais e modalidades esportivas, junto de seu pai e com total apoio deste. Aos 18 anos, participava de campeonatos europeus de Luta Greco-Romana, luta em que depois se tornaria instrutor e atleta, e de Boxe. O mais impressionante é que Imi ganhou quase todos os campeonatos em que participou.

A partir de 1930, a situação no seu país começou a ficar mais conturbada. Grupos facistas e Nazistas assumiam o país. Imi, entre 1936 e 1940, enfrentou, sozinho ou em grupo, grupos muito maiores, em combates totalmente desiguais e injustos, os quais o ajudaram, com certeza, a elaborar a sua arte. Mas chegaria uma hora em que Imi teria de sair daquele país: ele estava determinado a procurar a terra prometida aos de sua religião ( o judaísmo): o Estado de Israel.

Então, Imi embarcou no Pencho, a última embarcação que sairia da Europa antes do domínio nazista. Sua viajem foi muito dura. No final, quase culminou em sua morte por uma inflamação no ouvido. Após muito esforço da tripulação, estes foram capturados pela marinha britânica, que os levou a Alexandra, aonde Imi rumaria de volta em direção ao Estado prometido, lutando ao lado dos Britânicos.

Em 1942, por seus serviços, Imi conseguiu entrar no Estado de Israel. Em meados de 1942, ele entrou para o Haganá (grupo de defesa para a conquista do Estado Israelense) como instrutor de defesa. Foi, após entrar pro Haganá, que Imi realmente desenvolveu o Krav Magá.

Imi veio a falecer em janeiro de 1998, quando deixou de ser o criador de uma poderosa arte de defesa para virar uma das maiores lendas do Estado de Israel.

A Arte

O Krav Magá é reconhecido como a primeira arte de Defesa Pessoal, e não Marcial. Isso se deve ao fato dessa arte utilizar chutes, joelhadas, socos e golpes variados (como cuspe no olho, dedo no olho, pancada com a base da mão no nariz, etc.) para apenas a defesa em uma situação de risco nas ruas.

No Krav Magá, não há competições. Para sabermos o porquê, devemos raciocinar um pouco: Se houvesse um combate de competição, os praticantes poderiam se machucar, se ferir e até haver óbitos durante os combates, devido a este não ter regras estipuladas.

O Krav Magá se destaca também por ser uma luta moderna: Enquanto há artes milenares oriundas do Japão, da China, etc., o Krav Magá foi desenvolvido recentemente e apenas para fins de defesa e para fins de preparação física. Abaixo, as estatísticas gerais da arte de defesa pessoal israelense:

Faixas:

clip_image004

Quando o Krav Magá é usado para treinamento policial, de forças armadas e afins, o treinamento é feito de uma forma geral e para apenas preparo para o combate, sem faixas. Já quando se é treinado por civis, a arte tem faixas, pois ela visa a competitividade e a superação por meio de uma motivação. A ordem das faixas (da menor para a maior) é: Branca (tempo de permanência de 6 meses) ; Amarela (tempo de permanência de 1 ano) ; Laranja (tempo de permanência de 1 ano e meio); Verde (tempo de permanência de 1 ano e meio); Azul (tempo de permanência de 2 anos); Marrom (tempo de permanência de 2 anos); Preta (do 1º ao 5º Dan), Preta/Branca e Vermelha (do 6º ao 9º Dan), Vermelha (dedicada ao sucessor de Imi, honra que nunca foi concedida).

Krav Magá na América do Sul:

clip_image006Em 1994, o mestre Kobi Lichtenstein foi mandado para a América do Sul, com a bênção de Imi, para divulgar a arte e a defesa pessoal. Ele aportou no Rio de Janeiro aquele ano. Desde então, a cidade virou o principal ponto de prática do Krav Magá em todas as Américas, com inúmeros instrutores e monitores. Hoje conta com, inclusive, instrutores faixas pretas do 3º Dan, recentemente agraciados com essa honra (em 4 de Setembro de 2010).

Há vários lugares para a prática do KravMagá na cidade, dentre os quais os principais são a Academia Top Defense, na rua Sorocaba, em Botafogo; o Clube Hebraica, nas Laranjeiras, e no Monte Sinai, na Tijuca (academia do professor Cláudio).

0 comentários:

Postar um comentário